quinta-feira, 31 de março de 2011

A noite caiu lenta, escureceu os últimos raios do sol.
Já não estava mais em casa quando tudo isso aconteceu, senti as minhas pernas bambearem, e um frio tomar conta do meu corpo, não me senti mais ali, quando vi que as horas chegavam.
Entrando em uma casa conhecida aos olhos, mas estranha intimamente, andando por instinto, não viu mais nenhuma parede se quer.
Senti uma brisa inexistente tocar meu corpo, cheiro de terra molhada no ar, orvalho em meus cabelos, tive a sensação de ter ate flores por ali.
Mas era uma simples casa que meu olhos me negavam à ver. A voz era conhecida mas não via seu rosto, uma amiga isso eu sabia. Em seu quarto, olhando as estrelas enquanto ela falava dos últimos acontecimentos eu vi uma bola no céu, uma bola? sim uma bola......
Era linda e parecia pegar fogo, e depois eu vi um ovni,brilhava com luzes coloridas, mas logo ela me alertou que era apenas as crianças da rua de baixo com seus aviões de controle remoto. Me senti realmente estranha, achei mais interessante se aquilo realmente fosse um ovni. Sem prestar muito atenção no que ela dizia, conduzi a conversa para assuntos de pouca importância, deixando-a falar mais do que ouvir. Minha voz ficará muda até o telefone tocar, todo que se deseja estava ali, e mesmo assim não senti conforto algum.
AS horas eram ligeiras a voz do telefone esta calma como há tempos não via, meu nome dito em algumas letras bagunçadas, alertavam alguém do outro lado que se tratava de uma menina.
Senti medo ao ouvir meu nome sendo pronunciado em voz alto, perto de alguém que eu desconhecia, letras soltas no ar, era assim que desejei pensar.
A sentença estava marcada seja como for, não daria para voltar, finalmente a hora chegou, estávamos prontas, era arriscado, mas não daria para voltar atrás.
O ar parou assim que o relógio mostrou oito e meia da noite, nada se movia ao meu redor, as pessoas imóveis junto a casa sem parede.
Minhas pernas se locomoviam sozinhas, entrei no carro com os vidros fechados e senti que o ar me faltava, na esquina de cima, avistamos um carro, era ele, o par de minha amiga, pelo menos naquela noite.
Uma pessoa cheia de artimanhas, não era para ele estar ali, não naquele momento, olhando uma para outra rimos, e planejamos tudo o que iria acontecer. Estamos certas, tudo ocorria como desejamos anteriormente.
Ele aceitou o convite e eu segui para o alguém do meu ultimo telefonema deixando minha amiga em sua companhia.
Passei por todas  as ruas como se não houvesse nada, era estranho mas me sentia leve. Ele esperava ansiosa, transbordava sensações.
Atravessamos toda a cidade, sua voz, era macia, e tranquila, nada o intimidou, eu nervosa, me sentia única e diferente, começando a ver tudo com outros olhos, agora olhos normais.
Chegando no ponto inicial minha amiga não estava mais lá, não me  preocupei com o que poderia ter acontecido, o que eu desejava estava ao meu lado, e mais nada naquele momento importava.
Olhando pro céu mais escuro e brilhante que virá, senti meu corpo extremesser, um braço quente me acalmará, mesmo assim eu tremi, mas um beijo quente me calou quando tentei falar que não era frio, mas sim medo.
Não um medo de tudo aquilo acabar, mas sim de tudo aquilo continuar. Medo de se envolver, medo que colocaram em mim.
A noite  passou e meus pensamentos param no primeiro beijo, nem sinal de minha amiga, já era tarde, a única luz que tínhamos era o luar, senti que havia chegado a hora de partir, não para um todo sempre, mas apenas por aquela noite.
Seus olhos acharam os meus, e olhando-os o que de uma certa forma desejava e odiava saio de sua boca, um próximo encontro, palavras estas que me distraiu por minutos, a resposta calma foi dado pelo coração a razão já não mais existia em mim.
O coração palpitando, recebi um sorriso de satisfação, era o que ele desejava ouvir, sentença dada, era assim que eu via a situação.
Era interessante como tudo havia acontecido, depois de deixa-lo perto de sua casa, me preocupei com a minha amiga, mas já era tarde para ir até sua casa, resolvi deixar para o outro dia.
O final daquela noite me surpreendeu, assim como toda ela. Aconteceu tudo exatamente diferente do que eu planejará mais cedo.
Minha amiga, no outro dia me contará todos os acontecimentos, e ela não virá uma única estrela se quer, será que meus olhos reproduziram tal façanha? ou sua intensa noite a distraiu para que nada visse?

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