terça-feira, 23 de novembro de 2010

A vida sem cor

O relógio esta acelerado, os ponteiros estão apostando uma corrida interminável, e mesmo assim eu consigo ver cada mexida que elas dão.
É como se eu estivesse parada no tempo, e sentisse cada rumor que ele desse. Sinto - me assim a dias, é interessante como posso sentir cada minuto, e ver como a pele do meu rosto se desgasta a cada toque que o tempo a pinta.
Meu rosto, já é uma obra de arte velha, manchada e danificada, as pinturas são borrões rabisco expressão dessa amargurada vida que me detém viva.
 Ainda assim, sei que devo me conter e talvez ate parar de contar os segundos que talvez me restam, e deixar de sonhar estes sonhos que já são os meus pesadelos. 
A vida é vazia e sem cor, o céu a tempos já não é azul, o sol que radiava calor e vida, agora é apenas uma macha que se esconde atrás daquelas escuras nuvens, eu ainda tento olhar para ele e ver mesmo que seja um pigmento amarelo fogo, mas meus olhos me enganam eu sei, e nada mais vejo.
Quando a noite chega me sinto bem, pois ela esta sempre bela, negra e solitária assim como eu, a lua é sempre escura e seu brilho se apagou, as estrelas estão escondidas pelo véu azul negreiro que as escondem.
E o mar, que ainda o tenho vivo nos pensamentos, já é tomado pelo preto, os peixes que saboreava, já não são mais encontrados, e o mar de aguas geladas que me banhava na infancia já desaparecerá, o som das ondas a cortar o azul radiante nunca mais ouvira.
E os cheiros, estes sempre distantes, à tempos não os sinto, que falta se fazem diante de tanto mau cheiro que minhas narinas insistem em inalar.
Esse mundo nunca mais foi o mesmo, e as flores destas nem quero falar, é juntar lagrimas nas pupilas, são murchas e as que resistiram já não podem ser chamadas de flores.
                                É uma vida sem cor, sem cheiro sem vida!

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