terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Quando os olhos vêem o que o coração se nega II

Sabia que aquilo me machucaria, que o mal tomaria conta de mim, o ar já não saia mais do meu corpo, era como se ele fosse enchendo, e sentira a pouco que explodiria, a raiva foi correndo junto ao meu sangue, já não precisava mais firmar a vista,  mesmo que eu estivesse a mil quilómetros de distancia, teria visto a cena que se passava lentamente diante de mim.
Meus pés não tocavam mais o chão, eu tinha tanto ar dentro de mim, que já precisava mais respirar, tentei me controlar, mas já era tarde, a ira o veneno já me consumira.
Sem poder prever o que poderá acontecer, lancei meus pés sobre as nuvens vermelhas que me carregaram para junto do espetaculo. Meu corpo estava dormente, e eu não me recordo do que falei, apenas lembro da minha mãe pulsando com fogo, e levando no rosto vermelho possuído pelo espanto, não sentira dor, mas o rosto roxeou, a cúmplice tentou fugir, e negar, mas o fogo de minhas mãos a tomaram de tal forma, que centenas de fios dourados ficaram entre meus dedos, ela não expressava nenhuma vontade de retrucar, pois confirmara assim sua sentença, sentira tanta   vontade de retirar todos os fios de sua cabeça, o tal sujeito nem fez questão de separar com medo de levar outro tapa, juntei com tanta força e deixei a raiva me conduzir, e por sinal fizeste um belo trabalho, sua roupa foi rasgada e seu cabelo perdera o brilho, nem tentou se defender, sabia que era melhor deixar que eu a atacasse, a surrei tanto que minhas mãos fraquejaram,  na rua os curiosos se aglomeravam, o circo estava armado, o sujeito traidor, se ajoelhou, e aos prantos pedia perdão, o fogo se acalmou e a soltei, sei rosto estava todo vermelho, e ao choro me pedira desculpas, sem desculpa-los apenas me recordo da seguinte frase, vivam juntas e sejam felizes, pois a mim nunca mais verás, caminhei bem rápido e avistei uma ponte com um lago, sem pensar me lancei de lá, senti meu corpo leve, e fogo se apagara, vi o sorriso das pessoas que mais amei, encontrei amores antigos, vi quando ganhei a primeira cartinha de um namorado, o primeiro beijo, mas logo as visões foram cortadas pela água gelada que me tocara, senti vontade de gritar, mas minha boca estava cheia de água, ardia quando ela passava pela garganta, ouvi alguns gritos, me debati um pouco, mas logo tudo ficou calmo,já não sentia mais frio, estava deitada em uma grama quentinha e bem verde, havia nuvens em volta de mim, consegui ver pessoas, minha garganta já não ardia, alguém me pegara pela mão, era uma pessoa, mas não conseguia ver seu rosto, já não sentia mais dor, me sentia bem, a raiva já não existia nem em pensamento, vi o uma luz linda que me cegava um pouco, essa pessoa me conduzia para um grupo, onde vi vários rostos, que nunca vira antes, mas me senti em casa, não sabia o certo o que tinha acontecido alguém me explicara tudo, exatamente como contara antes, senti uma paz, e relaxei, agora eu seria finalmente feliz.

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